Peregrinos também participaram do 2º dia do Tríduo da Comunidade São Estanislau Kostka, em Mato Queimado (RS)
Por Fabrício de Lima, Rede Servir

O terceiro dia da Peregrinação Jubilar ao Santuário do Caaró teve início com uma caminhada de mais de 8km, partindo do Pórtico de São Miguel das Missões até o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, popularmente conhecido como Ruínas de São Miguel das Missões. O local é considerado um dos principais registros históricos das missões jesuíticas na América do Sul.
Memória dos Santos Mártires
No primeiro trecho da peregrinação, os participantes foram convidados a fazer memória do trajeto feito pelos santos mártires Roque González, Afonso Rodrigues e João de Castilho, colocando-se em espírito de oração e esperança. “Deixe que Deus fale através do vento, da poeira da estrada, do som dos passos. Que este tempo de silêncio seja um encontro íntimo com o Senhor que caminha contigo”, destacou a equipe organizadora durante a reflexão.
O secretário para a Colaboração, Fé e Espiritualidade da Província dos Jesuítas do Brasil, Pe. Laércio de Lima, SJ, que estava animando a caminhada, pediu que, no segundo trecho, os peregrinos formassem duplas e compartilhassem um sentimento e uma palavra que representasse o que estavam vivenciando nestes dias. Em seguida, as duplas foram motivadas a continuarem a partilha espiritual ao longo do caminho.
Fé, cultura e história
O grupo finalizou a oração nas Ruínas de São Miguel, lugar sagrado, onde fé, cultura e história se entrelaçam. “Aqui, há séculos, missionários jesuítas e povos guaranis sonharam juntos o Evangelho da Justiça, da paz e da Fraternidade. O que estou em pedras, o Espírito mantém vivo na missão”, destacou a equipe responsável pelo momento final.
Entre partilhas, cantos e orações, os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre o passado, o presente e o futuro da missão, que nasce da comunhão e do “ser mais com os demais”. Jesuítas, leigos, jovens e acompanhadores de jovens rezaram juntos a oração dos 400 anos, concluindo a caminhada.
Na sequência, o grupo visitou as dependências do Sítio Arqueológico, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938. O espaço abriga o Museu, que contém uma importante coleção de imagens sacras e de fragmentos missioneiros, além das ruínas da Igreja, da sacristia e de parte das habitações indígenas.
Segundo dia do tríduo
À noite, os peregrinos partiram para a Comunidade de Santo Estanislau Kostka, em Mato Queimado (RS), onde vivenciaram o 2º dia do Tríduo Jubilar. A acolhida foi feita pelo Pe. Dionísio Koerbs, SJ, pároco da Paróquia Santa Lúcia, e pela Ir. Josélia Poersch, FDC, que atua como liderança da capela. O lucernário também contou com grande participação dos fiéis da Igreja.
Durante a oração, conduzida pela equipe do Centro MAGIS Burnier, de Brasília (DF), os presentes fizeram memória Santo Afonso Rodrigues, SJ. “Homem de coração simples e fé profunda, dedicou sua vida à oração e à missão entre os povos guaranis. No serviço discreto e fiel, encontrou o rosto de Cristo nos mais pobres e humildes”, enfatizou um trecho da reflexão da noite.
A celebração incluiu diversos mantras, leituras e a proclamação do Evangelho de Mateus, que narra a passagem em que Jesus diz aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga”.
Peregrinação Jubilar e Romaria Diocesana
A Peregrinação Jubilar segue até domingo, 16 de novembro, quando acontece a 92ª Romaria ao Santuário de Caaró, em Caibaté (RS). Com a participação de diversas frentes e redes apostólicas da Província dos Jesuítas do Brasil, o evento busca aprofundar a espiritualidade inaciana e fazer memória dos missionários jesuítas que evangelizaram esta região, caminhando junto ao povo, aprendendo sua língua, partilhando sua vida e sonhando juntos o Reino de Deus.




