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1º Domingo do Advento | A arte de pregar 

  • 02/12/2025

Chamados a um encontro (Is 2,1-5; Rm 13,11-14; Mt 24,37-44) 

Pe. Washington Paranhos, SJ 

Os povos a caminho de Sião 

A Liturgia da Palavra, neste primeiro domingo do Advento, chama-nos, primeiramente através do profeta Isaías, a viver um encontro. O texto da primeira leitura, de fato, está cheio de movimento, todo ele visando o reencontro no mesmo lugar. 

No centro da cena, há um monte que se destaca pela sua altura, muito superior aos outros relevos circundantes: é mais alto porque deve ser bem visível, de modo a poder ser alcançado por todos sem erro. A melhor tradução portuguesa seria “afluirão”, porque o verbo hebraico usado é composto pelas mesmas letras da palavra “rio” e é exatamente essa a imagem que se quer evocar. 

Estamos diante de uma enchente de pessoas que sobem ao monte onde se encontra o Templo do Senhor. É um rio estranho que, em vez de descer para o vale, avança determinado na subida, em direção a um destino desejado. Se perguntássemos: “Quem são estas pessoas que sobem?”, deveríamos responder com o profeta: “Todas as nações”! 

A primeira mensagem que Isaías nos transmite é, portanto, o fato de que a peregrinação em direção a Deus, este ir em Sua direção, não é reservada a alguns, mas está aberta a todos. Não existem categorias de privilegiados, nem classes de excluídos. Vão todos os que o desejam, a qualquer povo que pertençam, diria Pedro, sem qualquer distinção (cf. At 10,34-35). 

Chama profundamente a atenção o modo como os povos são retratados, caminhando com entusiasmo, chegando a encorajar-se mutuamente: “Vinde, subamos…”. Não é necessário fazer qualquer tipo de proclamação ou recorrer a formas particulares de proselitismo, pois os próprios povos se chamam e se incentivam a empreender a peregrinação em direção a Sião. No fundo, é óbvio que seja assim, porque quando se percebe a bondade de algo, adere-se a isso sem sentir nenhuma constrição e, pelo contrário, com um movimento espontâneo e alegre. 

O objetivo de tal movimento é indicado de forma claríssima: para receber um ensinamento da parte do Senhor. O versículo 3 utiliza duas vezes a raiz yrh, primeiro como verbo (“para que nos instrua/nos ensine”) e depois como substantivo (fala-se explicitamente da torah). Na nossa tradução, o termo é traduzido por “lei” (“de Sião provém a lei”). 

A tradução está correta, mas não devemos esquecer que a torah é também muito mais! É lei, mas ao mesmo tempo, é ensinamento, instrução, diretriz para a vida. Se, de fato, pensamos na Torah, enquanto coleção de livros que vai de Gênesis a Deuteronômio, vemos que está cheia de relatos maravilhosos que nos fazem crescer, nos instruem, nos dizem quem somos, de onde viemos, qual é o belo projeto de Deus para a humanidade que Ele ama. 

Os povos sobem em direção ao monte e de lá sai este ensinamento precioso, como uma fonte de água fresca, que renova a vida de quem o recebe e o pratica. Sim, porque uma vez acolhido, ele não é “enterrado” ou “esquecido”, mas fala-se do caminhar concretamente “nos seus caminhos” (v. 3). 

O ensinamento de Deus abre um caminho que cada um é chamado a percorrer pessoalmente e cujo ponto de chegada é uma grande paz. Quem recebe a Palavra do Senhor e a constitui norma para a sua vida, reconhece que o verdadeiro juiz é o Senhor e que não há motivos sérios para contender com os outros. Por que deveríamos fazer a guerra se tudo está à nossa disposição, se tudo é um dom oferecido à nossa vida e o Senhor é um árbitro honesto nas nossas pequenas ou grandes contendas? Podemos depor as armas e caminhar na luz daquele ensinamento que nos transforma. 

O versículo 5, portanto, encerra com este convite: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”. A Escritura continuamente nos põe em movimento: vive-se um encontro não para ficar “parado” no monte eternamente (cf. Lc 9,33), mas para recomeçar e estar nas dobras da história com uma luz nova. 

O esplendor da vida cristã 

A segunda leitura (Rm 13,11-14) retoma a imagem da luz e a relança, oferecendo aos cristãos de todos os tempos uma perspectiva fundamental sobre a própria vida: “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando”. Se, com Is 2,2, podíamos ainda pensar que “o fim dos dias” estava longe ou não era fácil de identificar, agora Paulo nos coloca em uma perspectiva de “urgência”: não temos tempo a perder, pois o encontro com o Senhor é iminente e exige ser preparado com obras adequadas, não aquelas que se adequam às trevas, mas aquelas que são próprias de quem caminha na luz, revestido do próprio Cristo. A vida cristã aparece assim em todo o seu esplendor! 

O fim e o propósito 

Por fim, o Evangelho deste primeiro domingo do Ano Litúrgico (Mt 24,37-44) nos convida a focar bem no encontro último, definitivo, aquele que aguarda todo homem no final da sua vida. Poderíamos dizer que, para bem começar, é preciso ter em mente o fim, pois ele é “o propósito” para o qual somos chamados a tender. 

A imagem de abertura retoma a história de Noé (Gn 6,5 – 9,17), destacando a grande diferença entre este homem e seus contemporâneos. Enquanto Noé compreende o sentido do momento que é chamado a viver e age em conformidade, com sabedoria e perspicácia, construindo uma arca que, aos olhos do mundo, parece totalmente descabida, os outros prosseguem na normalidade da sua existência sem qualquer consciência do drama que está prestes a se abater sobre eles com o dilúvio. 

O risco, diz-nos Mateus, é o de viver uma vida na qual se perde de vista o horizonte, a perspectiva, e nos contentamos com aquilo que preenche os nossos dias a um nível puramente horizontal: comer, beber e viver os afetos. Não são coisas erradas, muito pelo contrário! Mas também não podem ser o todo de uma vida crente! 

Fiquei impressionado com as palavras de um historiador que, refletindo sobre a história de Israel, chega a dizer: “A tarefa da teologia, que ninguém pode tirar, é a de nos lembrar continuamente que o mundo, que é tudo o que acontece, não é tudo” (KNAUF, E.A., Geschichte Israels und Judas im Altertum. (De Gruyter Studium). Walter de Gruyter: Berlin & New York, 2021, p. 6). 

Nesta perspectiva, portanto, o Evangelho nos convida a assumir a postura interior de Noé, à espera da vinda do Filho do Homem. Nesse momento, ocorrerá uma escolha radical, pela qual alguém será levado (e, portanto, salvo) e alguém, ao contrário, será deixado. 

Poderíamos pensar que a decisão sobre a nossa vida acontece naquele instante, mas o texto quer dizer exatamente o contrário, ou seja, que no presente, no nosso trabalho quotidiano (o campo ou o moinho) se decide o resultado da nossa existência. 

Então, não se tratará de viver com angústia, com medo, esmagados pela perspectiva de um encontro semelhante, mas com a alegria de quem espera alguém querido que vem visitá-lo (um amigo? o esposo?) e, por isso, prepara a si mesmo e dispõe todas as coisas, cuida de cada detalhe exatamente onde se encontra, fazendo o que é chamado a fazer. 

A espera por Ele nos torna atentos e vigilantes, capazes de saborear plenamente cada momento, sem perder nenhuma oportunidade para fazer o bem. Para quem vive assim, não há temor de ser roubado por um ladrão que chega de repente, porque nenhum ladrão poderia arrombar a casa de quem vigia e, talvez, também porque o seu tesouro é de um tipo tal que não poderá ser levado em caso nenhum (Mt 6,20). 

O texto termina assim: “Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (v. 44). 

É interessante este final com um verbo no presente. Se o texto, por um lado, nos chama a estar inclinados para o que deverá acontecer (no futuro) e cujo momento não podemos determinar com precisão, por outro lado, convida-nos a reconhecer que o Senhor já vem agora. O Senhor virá, portanto, da mesma forma que já veio e continua a vir, com o desejo de Se doar a nós e de nos oferecer a Sua própria vida. 

O primeiro domingo do Advento coloca-nos, assim, na perspectiva fundamental típica deste tempo: esperamos Alguém que veio, vem e ainda virá. Não tememos a Sua vinda, porque conhecemos o Seu estilo (marcado pelo amor e pela doação), mas nos ativamos para estarmos prontos para o encontro. 

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