O encontro reuniu jovens, religiosos, religiosas, leigos e leigas para refletirem e rezarem sobre o chamado vocacional e destacou a importância do compromisso com a missão da Companhia de Jesus e a vida na Amazônia
Na última terça-feira, 5 de novembro, no dia que celebramos a Festa de todos os santos e beatos da Companhia de Jesus, o Centro MAGIS Amazônia e o Serviço Inaciano de Espiritualidade (SIES) de Manaus organizaram uma noite orante e especial pelo Dia de Oração pelas Vocações à Companhia de Jesus – Jesuítas, realizado no Espaço Loyola. O evento reuniu jovens, religiosos e leigos em um momento de reflexão, marcada pela espiritualidade inaciana, pelo chamado vocacional.
Sob a inspiração do Coração de Cristo, a noite foi dedicada a pedir que jovens se sintam tocados a seguir o caminho vocacional, respondendo com amor e fé ao chamado de Deus. Durante o evento, os participantes refletiram sobre a missão da Companhia de Jesus de formar “mãos, pés e voz” para a Igreja e para a sociedade.
Em sua fala, o diretor do Centro MAGIS Amazônia, Pe. Silas Silva, SJ, compartilhou reflexões sobre a importância da cultura vocacional nos dias de hoje. Ele destacou que, nos últimos encontros da Rede Inaciana de Juventude – MAGIS Brasil e durante o Fórum Vocacional Inaciano, realizado em Belo Horizonte, no início de novembro, o valor da cultura vocacional nas obras e comunidades dos jesuítas foi reforçado. Segundo o sacerdote, o acolhimento e a proximidade com os jovens ajudam-os a discernir a vontade de Deus para as suas vidas, reforçando a oração pelas vocações, especialmente as que atendem ao chamado para a Companhia de Jesus. “Na noite do dia 5 de novembro saímos consolados deste momento vivido no Núcleo Apostólico Manaus, onde pudemos escutar o belo relato de vida do Pe. Pablo Mora, SJ, e pedir a Deus que envie mais jovens ao Corpo Apostólico da Companhia, pela perseverança dos vocacionados e fidelidade criativa dos jesuítas à vocação que Deus os chamou.”
Pe. Pablo Mora, SJ, compartilhou que, assim como todos, ele também foi chamado a seguir e anunciar Jesus. Ele relatou que sua convivência com os jesuítas e o trabalho pastoral com crianças e migrantes foram essenciais para discernir e responder ao seu chamado vocacional. Em um retiro inaciano, Pe. Pablo sentiu, de forma intensa, que sua vocação era servir a Jesus através dos pobres e, com um profundo desejo de ser missionário, ele se preparou para esta missão. Após sua ordenação, ele trabalhou por 12 anos com o povo indígena quéchua e foi missionário na China. Também atuou na REPAM, em Porto Maldonado, acompanhou a visita do Papa Francisco e participou do Sínodo da Amazônia. Atualmente, Pe. Pablo segue sua missão na Rede de Educação Intercultural Bilíngue Amazônica (REIBA), reforçando que a vocação é uma missão compartilhada, voltada para o Reino de Deus e vivida em rede e em comunidade.
“Achei muito bom nos reunirmos para orar pelas vocações na Companhia de Jesus,” disse Pe. Pablo. “Gostei de poder compartilhar com os jovens presentes minha vocação como jesuíta. É uma vocação bonita e desafiadora, onde podemos nos realizar como pessoas humanas e cristãs junto com outros companheiros, seguindo os passos de Jesus e testemunhando a vinda do Reino de Deus.”
Márcio Fernandes, coordenador do SIES Manaus, também compartilhou suas reflexões, enfatizando a importância de rezar não apenas pelas vocações à Companhia de Jesus, mas também pelo trabalho missionário dos religiosos, religiosas e leigos inspirados pela espiritualidade inaciana. Ele destacou a união dos presentes em torno do simbolismo do círculo, uma tradição dos povos indígenas, onde se compartilha a “cuia da sabedoria, da esperança e da vida”.
“Neste círculo, recordamos nossa água, rica e bela, mas tão perseguida nos dias de hoje. Olhamos para a grande seca que afeta a Amazônia, onde nossos ribeirinhos e indígenas estão sofrendo de tantas formas. A vocação é vida, e ela nos convoca a trabalhar pela vida de nossos irmãos e irmãs que sofrem”, disse Márcio. Ele ressaltou a importância de ouvir o chamado de Deus, como fizeram Inácio de Loyola e Pedro Arrupe, figuras centrais da Companhia de Jesus, que, por meio de suas experiências e pausas, encontraram uma resposta clara ao chamado divino.