Ontem (08), às 13h07 (horário de Brasília), ao lançar a fumaça branca pela chaminé da Capela Sistina, a Igreja anunciou ao mundo que o sucessor ao trono de Pedro estava eleito. O escolhido e o nome a ser adotado pelo novo Pontífice tornaram-se, então, a grande expectativa daquele momento histórico. Quase uma hora depois, do balcão central da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono Dominique Mamberti, prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, fez a revelação tão aguardada: Robert Francis Prevost, 69 anos, nascido em Chicago (Estados Unidos), foi o escolhido e passaria a se chamar Papa Leão XIV.
A escolha do nome papal é um dos primeiros atos do novo pontífice e sempre é cercada de significado profundo. O primeiro Papa a não manter seu nome de batismo foi João II, que, nascido Mercúrio, queria evitar a referência ao deus da mitologia romana. Então, desde o século VI, a prática passou a ser seguida pelos demais Pontífices.

Ao escolher Leão como seu nome Papal, Robert Francis Prevost trouxe à memória a história de outros Papas que o precederam com a mesma nominação. O primeiro Papa Leão foi uma figura influente, que exerceu forte liderança espiritual e moldou a doutrina da Igreja Católica, recebendo o título de “Magno” (O Grande) – somente ele e São Gregório Magno receberam essa denominação.
Outro pontífice influente a adotar o mesmo nome foi Vincenzo Gioacchino Pecci, o Papa Leão XIII, que esteve à frente da Igreja Católica por cerca de 25 anos (1878 a 1903). Coube a ele comandar a transição entre a tradição e os desafios do mundo contemporâneo. Entre seus principais legados, está a encíclica apostólica Rerum Novarum (1891), na qual defendeu os direitos dos trabalhadores em face da exploração e clamando por justiça social. Este documento lançou as bases para a Doutrina Social da Igreja, que continua a influenciar o pensamento católico sobre questões sociais, econômicas e políticas.
Assim, em seu primeiro pronunciamento como Papa, Leão XIV também já nos indicou que a preocupação social estará presente em seu pontificado: “Queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que avança, que busca sempre a paz, busca sempre a caridade, busca sempre estar próxima, principalmente daqueles que sofrem”.